Progressos
desnecessários
Há
muito tempo atrás, eu comentei aqui na coluna uma afirmação feita por Sandro
Basso em seu “Jornal de Corupá”, em que ele dizia “não se preocupar com a
velocidade da informação (...)” segundo ele, sua preocupação era “apenas registrar
os fatos importantes que aconteciam em nossa cidade”. Acabei de encontrar mais
um jornalista que cabe, perfeitamente, no mesmo time de Sandro Basso. Trata-se
de Luiz Carlos Amorim, o mesmo Luiz Carlos Amorim que eu citei na coluna
passada, escritor corupaense, radicado em Joinville. A pérola com que Luiz acaba
de nos agraciar, e fazer dele um par perfeito com Sandro Basso, foi publicada
na edição do último dia 26, no jornal “A Notícia”, no encarte AN Jaraguá. Em
seu artigo intitulado “Corupá em evidência”, depois de linhas e linhas de um
ufanismo provinciano e contradições absurdas (ele chega a dizer, textualmente,
que “a cidade precisa de mais investimentos” para, depois, dizer ... você já
vai saber, mais a frente, o que ele chega a dizer), lá pelas tantas, quando eu
estava já desistindo do texto, Luiz dispara “...Dar mais conforto ao turista,
sem descaracterizar as tradições e costumes do lugar, sem agredir o corupaense
com progressos desnecessários”.
Progressos
desnecessários. Progressos desnecessários. Progressos desnecessários.
E
continuo, até hoje, com essas palavras a me latejar as têmporas. O que raios
vem a ser “Progressos desnecessários”? O próprio Luiz Carlos não diz, em seu
texto, o que vem a ser um progresso desnecessário. Então, de tão intrigado que
fiquei com essa afirmação, comecei minha pesquisa tão logo terminei a leitura
do texto. Meu filho estava ao meu lado, então aproveitei:
-
João, você sabe o que quer dizer “Progressos desnecessários”?
-
HÃ??? – respondeu o pequeno de sete anos.
Fui
ao Google.
Experimente
você também. Vá ao Google e digite “Progressos desnecessários”, com ou sem
aspas, e clique no botão “estou com sorte”. Então? O que aparece? O tal texto
de Luiz Carlos Amorim? Claro! Só ele, em todo o planeta, é capaz de concordar o
adjetivo desnecessário com o substantivo progresso. Porque, na verdade, isso
não existe. Todo progresso é necessário. Se for desnecessário, não pode ser
considerado um progresso. Isso é elementar. Não satisfeito, fui ao dicionário.
Lá está:
Pro.gres.so
sm (lat
progressu): 1
- Marcha ou movimento para diante. 2-Adiantamento
cultural gradativo da humanidade. 3
- Melhoramento gradual das condições
econômicas e culturais da humanidade, de uma nação ou comunidade. 6
- Transformação gradual que vai do bom para
o melhor. 7
- Crescimento, aumento, desenvolvimento. 8
- Adiantamento, aperfeiçoamento ou
melhoramento contínuos. 9
- Vantagem obtida; bom êxito. Antônimo:
decadência, retrocesso.
Agora, gostaria de saber o quê, disso tudo acima,
seja desnecessário.
Você ainda está no Google? Então, digite “Luiz
Carlos Amorim”. Agora, clique em “estou com sorte”. Então? O computador
desligou? Não? Então, você não está com sorte!
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