Disk-político
Dia desses,
relendo algumas colunas que eu escrevi ao longo dessas 136 edições da Folha de
Corupá, me deparei com dois textos que continuam atuais e poderiam, caso eu
fizesse apenas alguns pequenos ajustes, ser publicadas na edição de hoje. Uma
delas, intitulada “Cenas do próximo capítulo” falava sobre a recompensa de se
ir a todas as sessões da Câmara de Vereadores. Vez ou outra acontecem
discussões interessantíssimas por lá. Na
outra, eu falava sobre o fato da Secretaria de Saúde ter gastado, no ano
de 2007, 13 mil reais em contas telefônicas e pouco mais de 10 mil em exames,
na coluna intitulada “Tudo são flores na saúde de Corupá”.
Tal como diz a
música “A história se repete”, composição dos geniais Sivuca e Paulinho
Tapajós, de fato, a história se repete.
O Presidente da
Câmara, o vereador João do PT, divulgou, na sessão do último dia 21, os gastos
com telefones celulares pagos pela Câmara de Vereadores (leia-se corupaenses).
Dr.º Marcelo é o campeão das ligações. Foram 8.917 minutos em 20 meses. Uma média
de 445 minutos por mês. 445 minutos também é conhecido como “pouco mais de 7
horas e meia”. Parece que esse interesse por ligações telefônicas é mesmo algo
comum aos profissionais da saúde. Marcelo se defendeu, dizendo que “se eu estou
falando bastante é porque estou trabalhando”. Besteira. Se falar muito fosse
sinal de trabalhar muito, o vereador Alceu Minatti poderia ter sido cassado
quando foi vereador entre os anos 2005 e 2008. Entre os anos de 2007 e 2008 eu
fui a todas as sessões da Câmara. Não falhei uma. E nunca ouvi, sequer, a voz
de Alceu. Mas, claro, isso não significa que ele não tenha trabalhado. Me
lembro de um projeto seu, aquele que dizia, é, aquele outro, ah... deixemos
para lá. Voltemos à legislatura atual. Se falar muito é sinal de trabalhar
muito, meu primo Ludovico é um vadio. Não fala nada. Nunca falou. Desde que
nasceu permanece mudo. E acredito que vá morrer mudo, porque, pelo que eu
saiba, ainda não inventaram cura para o mutismo. Se falar muito fosse sinal de
trabalhar muito, os comunicadores Marcelo Luiz e Cláudio Silvino poderiam ser
considerados uns workaholics. Como falam esses dois.
Mas, tudo bem.
Cada um fala o quanto quiser. Acontece que o problema, em si, nem é esse. O
problema maior foi a justificativa que o vereador Marcelo usou para tanto tempo
pendurado no telefone. E isso não foi discutido na Câmara. Marcelo disse: “como
não estou presente no município, essa foi a forma que eu encontrei para me
comunicar com as pessoas e ajudar os eleitores”.
Então, se em
2007, a Secretaria de Saúde, capitaneada interinamente por Alice Maçaneiro,
inventou a medicina telefônica, o vereador Marcelo acaba de inaugurar o
Disque-Vereador. No que eu concordo. Gostaria muito que os políticos, todos
eles, atendessem as ligações. Fiz uma pesquisa e encontrei os números de alguns
políticos que merecem nossas ligações. Quem se habilita?
José Sarney: (61)3303-3429/
(61) 3303-3430. Acho que eu teria umas coisas para falar a ele.
Deputado Federal Hidekazu Takayama: (61)
3215-5910. O que dizer pra esse japonês? E, para quem quiser tentar,
aqui vai o celular do vereador Dr. Marcelo: (47) 9151-9497. Eu só não posso dar
certeza de que esse é mesmo o número dele. Eu tentei ligar, por diversas vezes,
mas só deu ocupado.
Quem se
habilita?
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