sábado, 6 de dezembro de 2014

Pagando o Pato

Dia desses, foi publicado em um jornal local de Corupá, que a banda corupaense de black metal, Svart Sigatoka, iria estrear no encontro de motociclistas do Guapecas. Uma semana depois da publicação, o guitarrista da banda enviou um email dizendo que não iriam tocar no evento porque não foram convidados. E como o diagramador não reservou espaço no jornal para publicar essa retificação, cá estou eu a anunciar o desmentido. Pois bem. Foram, literalmente, barrados no baile, os rapazes da Sigatoka. Pena. Penso que seria legal ver o Daniel vociferar em tom gutural versos como: “Mande para forca”.
Tal episódio me fez lembrar os inúmeros barrados nos “bailes da vida”. Como estamos há, praticamente, um mês da Copa do Mundo, e há poucos dias da convocação da nossa seleção, lembrei-me do timaço de 1982. A melhor seleção de todos os tempos. Com exceção do centroavante titular do escrete canarinho da época: o trombador Serginho Chulapa. Nego ruim de bola esse. E advinha quem era o seu reserva? O barrado no baile da ocasião? O genial Careca. Sim, aquele mesmo que, na copa seguinte, de 1986, e na subseqüente copa de 1990, fez uma brilhante parceria com Müller. Só não fomos campeões porque o Zico errou um pênalti contra a França em 86, e porque enfrentamos o genial Maradona em 90.
Na copa de 1998, o barrado da vez foi Romário. Deu no que deu.
Na última quarta-feira, assistindo ao jogo do Santos contra o Atlético Mineiro, vi outros dois, muito provavelmente, futuros barrados no baile: Neymar e Ganso. Quais as alternativas do Dunga para eles? Adriano e ... ? Não faço ideia de quem poderia substituir o Ganso.
Em uma das historinhas infantis de Charles Perrault, intitulada Patinho Feio, o autor narra a vida de um Cisne perdido no meio de patos. Entre os patos (o Dunga, até no jeito de andar, com as pernas curvadas para o meio, lembra um pato) Gansos são marginalizados.
E não é só no mundo futebolístico que isso acontece. A arte é repleta desses exemplos, dos quais Van Gogh é o expoente máximo. A pataiada, acostumada a grasnar, não consegue compreender nada que fuja as suas patetices. E dá-lhe paciência para lidar com os patos. Sabe lá o que é ser um Cisne e pagar o Pato?
Albert Einsten, o gênio da relatividade, foi considerado um péssimo aluno nos anos escolares iniciais. Quando tirava um seis, a judeuzada em sua casa comemorava. O padre Mendels e seu estudo sobre genética com as ervilhas. Lá estava ele, apresentando sua revolucionária teoria e recebendo como resposta o silêncio dos patos.
Sérgio Sampaio, Tom Zé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé e tantos outros.
Sabe lá o que é ser um príncipe e ter que mendigar um beijo, como aquela outra historinha nos ensina.


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