Pagando o Pato
Dia desses, foi
publicado em um jornal local de Corupá, que a banda corupaense de black metal, Svart
Sigatoka, iria estrear no encontro de motociclistas do Guapecas. Uma semana
depois da publicação, o guitarrista da banda enviou um email dizendo que não iriam
tocar no evento porque não foram convidados. E como o diagramador não reservou
espaço no jornal para publicar essa retificação, cá estou eu a anunciar o
desmentido. Pois bem. Foram, literalmente, barrados no baile, os rapazes da
Sigatoka. Pena. Penso que seria legal ver o Daniel vociferar em tom gutural
versos como: “Mande para forca”.
Tal episódio me
fez lembrar os inúmeros barrados nos “bailes da vida”. Como estamos há,
praticamente, um mês da Copa do Mundo, e há poucos dias da convocação da nossa
seleção, lembrei-me do timaço de 1982. A melhor seleção de todos os tempos. Com
exceção do centroavante titular do escrete canarinho da época: o trombador Serginho
Chulapa. Nego ruim de bola esse. E advinha quem era o seu reserva? O barrado no
baile da ocasião? O genial Careca. Sim, aquele mesmo que, na copa seguinte, de
1986, e na subseqüente copa de 1990, fez uma brilhante parceria com Müller. Só
não fomos campeões porque o Zico errou um pênalti contra a França em 86, e
porque enfrentamos o genial Maradona em 90.
Na copa de
1998, o barrado da vez foi Romário. Deu no que deu.
Na última
quarta-feira, assistindo ao jogo do Santos contra o Atlético Mineiro, vi outros
dois, muito provavelmente, futuros barrados no baile: Neymar e Ganso. Quais as
alternativas do Dunga para eles? Adriano e ... ? Não faço ideia de quem poderia
substituir o Ganso.
Em uma das
historinhas infantis de Charles Perrault, intitulada Patinho Feio, o autor narra
a vida de um Cisne perdido no meio de patos. Entre os patos (o Dunga, até no
jeito de andar, com as pernas curvadas para o meio, lembra um pato) Gansos são
marginalizados.
E não é só no
mundo futebolístico que isso acontece. A arte é repleta desses exemplos, dos
quais Van Gogh é o expoente máximo. A pataiada, acostumada a grasnar, não
consegue compreender nada que fuja as suas patetices. E dá-lhe paciência para
lidar com os patos. Sabe lá o que é ser um Cisne e pagar o Pato?
Albert Einsten,
o gênio da relatividade, foi considerado um péssimo aluno nos anos escolares
iniciais. Quando tirava um seis, a judeuzada em sua casa comemorava. O padre
Mendels e seu estudo sobre genética com as ervilhas. Lá estava ele,
apresentando sua revolucionária teoria e recebendo como resposta o silêncio dos
patos.
Sérgio Sampaio,
Tom Zé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé e tantos outros.
Sabe lá o que é
ser um príncipe e ter que mendigar um beijo, como aquela outra historinha nos
ensina.
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