sábado, 6 de dezembro de 2014

Minhas férias

Eu sou, por formação, professor de Língua Portuguesa, embora tenha exercido a profissão por, apenas, míseros 4 meses, e, justamente, aqui em Corupá. Portanto, e podem perguntar isso aos meus ex-alunos, dos pecados todos cometidos pelos professores de Língua Portuguesa, esse eu não cometi. O pecado ao qual eu me refiro é aproveitar o início das aulas para pedir aos alunos uma redação com o mesmo título dessa coluna: Minhas férias. Do meu período de ensinos fundamental e médio, como aluno, trago, além do trauma por esse tema, todas as minhas produções textuais com esse título em comum: Minhas férias. Talvez você, meu caro leitor, por conta de sua desorganização, traga apenas os traumas. Eu sempre me perguntava, a cada novo velho pedido desse, porque os professores cultivavam essa obsessiva e, quase patológica, curiosidade sobre as férias dos alunos. Certa vez, resolvi por à prova esse interesse. Escrevi coisas absurdas, tais como ter sido abduzido por alienígenas e ter sido obrigado a ficar, por todo o tempo das férias, responsável por girar, manualmente, o planeta YWEKG em seu movimento de rotação. Entreguei a redação e fiquei esperando a reação do professor Anselmo. Nada. Nenhum mísero comentário. Será que não havia nada de insólito em minha narrativa? Será que o professor Anselmo era um YWEKGIANO e, por isso, não tenha se impressionado com minha história? Mais tarde, fui descobrir que pedir aos alunos uma redação com o tema: Minhas férias, era apenas um artifício para preencher o tempo da aula. Sequer ler redações com esse tema os professores leem. Não leem porque sabem que, assim como ele usa esse tema como estratégia para preencher o tempo, os alunos, por sua vez, usam as famigeradas estratégias de preenchimento para executar a maçante tarefa. Os alunos sabem que o professor não está interessado em saber como foram suas férias. Mesmo o mais ingênuo aluno, aquele que acredita no estranho interesse do professor, não se vê motivado à árdua tarefa de compor um texto para, tão somente, saciar a exótica curiosidade de um professor e, mesmo ele, acaba lançando mão de uma mecânica estratégia de preenchimento, como batizou Pécora.
Portanto, meu jovem, caso o seu professor peça, justamente, uma redação com esse tema, aqui vão duas sugestões extremas: A primeira: escreva, detalhadamente, dia por dia, hora por hora, todas as suas atividades durante esses mais de 30 dias de férias, não importando se, para isso, você tenha que usar quase metade do seu novo caderno de capa dura, com aquela moça bonita na capa. A segunda: seja sucinto ao extremo e escreva apenas a seguinte frase: “Minhas férias foram mais ou menos. Nem mais, nem menos”. Se o professor reclamar, peça que ele leia o seguinte texto: “Meu momento crítico – Meu meio século”, de Alcir Pécora.
Pera lá. Eu ia contar como foram as minhas férias e cá estou eu, a especular sobre a teoria de Pécora.
Nessas férias, conheci gente com planos montados para conquistar o mundo, para montar um bar e para... Ha!ha!ha! Claro que eu estou brincando. Eu sei que, nem professores, e nem ninguém, tem interesse nas férias dos outros.
Na verdade, tudo o que eu queria dizer é que eu desejo, sinceramente, que cada um de nós possa fazer de 2010 o melhor ano de nossas vidas.
Alguém se habilita?
“Minhas férias”

Nessas férias, eu fui com minha família visitar os meus primos e brinquei muito com eles. Eles são muito legais ...

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