O
Gato Paraquedista
Quem é que não conhece a história da “Bela Adormecida”, da “Chapeuzinho
Vermelho”, do “Gato de Botas”, da “Gata Borralheira” e tantas outras? O
escritor dessas e de inúmeras outras histórias foi Charles Perrault, um francês
nascido no século XVII.
Agora, quero saber quem é que conhece a história chamada “O Gato
Pára-quedista”. Os escritores dessa história são bem mais recentes do que
Perrault. São os nossos contemporâneos Coni Müller e Sandro Basso. Para quem
não conhece o talento ficcional dos dois, eu explico.
No
último dia 15, aconteceu a inauguração de uma sala de aula na Escola Francisco
Mees. O prefeito, ao se pronunciar, contou a seguinte história: “Era uma
vez uma comunidade de ratos constantemente perseguida por um gato. Certa vez,
um dos ratos teve a idéia de colocar um guizo no pescoço do gato para que,
quando ele fosse atacar, os ratos pudessem ouvir o barulho e fugir. Aí então um
dos ratos fez a fatídica pergunta: Quem terá coragem para colocar o guizo no
pescoço do gato?”
O
objetivo do prefeito, ao contar essa história, era produzir uma metáfora onde a
comunidade de ratos perseguida é formada por ele próprio e sua trupe, enquanto
o papel do gato cabe à oposição, incluindo o jornal Folha de Corupá e, porque
não, esse que vos escreve.
No
mesmo dia, mas em outro lugar, Sandro Basso conversava com um amigo. Sem
assuntos mais interessantes para tratar, falavam sobre mim. Segundo Sandro, eu
não passo de um reles “pára-quedista”. Esse adjetivo faz alusão ao fato de eu
não ser natural de Corupá.
Então,
aí está montada a história: “O Gato Pára-quedista”. Se você, mãe, não aguenta
mais contar as mesmas histórias para os seus filhos, aqui vai uma sugestão: “O
Gato Pára-quedista”. Essa história pode servir, também, para fazer com que eles
te obedeçam à força do medo. Se não quiserem tomar banho, basta amedrontá-los
dizendo que, se não forem, o “Gato Pára-quedista” virá pegá-los. É zás-trás, os
pequenos correm para o chuveiro. Não querem comer verdura? Olha que eu chamo o
“Gato Pára-quedista”.
Na
verdade, esse medo já está difundido em parte da população corupaense. Nos
raros eventos sociais que acontecem, ninguém quer ficar perto de mim.
Espreitam-me de longe, apontando: “olhem lá o Gato Pára-quedista”.
Se
Coni e Sandro tivessem o mesmo talento em suas respectivas atividades como têm
para criar histórias, um não estaria sendo investigado por um CPI e o outro não
editaria um pasquim de quinta, com mais erros gramaticais do que um texto de
uma criança do primário.
Celita
Paterno, Chefe da Divisão de Educação, certa vez me disse que tinha a intenção
de fundar uma Academia Corupaense de Letras. Eu sugiro os nomes do presidente e
do vice: Coni Müller e Sandro Basso. Assim, com os dois bem ocupados nos
preparativos das atividades concernentes a uma academia, como os famosos chás,
a prefeitura se livra das trapalhadas de um e a cidade se livra do catálogo de
erros gramaticais do outro. Todo mundo ganha.
Quando
isso acontecer, aí então eu monto o meu pára-quedas e vou miar em outra
freguesia. Afinal, como diz Chico Buarque: “Nós gatos já nascemos pobres,
porém, já nascemos livres...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário