sábado, 6 de dezembro de 2014

O Gato Paraquedista

        Quem é que não conhece a história da “Bela Adormecida”, da “Chapeuzinho Vermelho”, do “Gato de Botas”, da “Gata Borralheira” e tantas outras? O escritor dessas e de inúmeras outras histórias foi Charles Perrault, um francês nascido no século XVII.
        Agora, quero saber quem é que conhece a história chamada “O Gato Pára-quedista”. Os escritores dessa história são bem mais recentes do que Perrault. São os nossos contemporâneos Coni Müller e Sandro Basso. Para quem não conhece o talento ficcional dos dois, eu explico.
No último dia 15, aconteceu a inauguração de uma sala de aula na Escola Francisco Mees. O prefeito, ao se pronunciar, contou a seguinte história:  “Era uma vez uma comunidade de ratos constantemente perseguida por um gato. Certa vez, um dos ratos teve a idéia de colocar um guizo no pescoço do gato para que, quando ele fosse atacar, os ratos pudessem ouvir o barulho e fugir. Aí então um dos ratos fez a fatídica pergunta: Quem terá coragem para colocar o guizo no pescoço do gato?”    
O objetivo do prefeito, ao contar essa história, era produzir uma metáfora onde a comunidade de ratos perseguida é formada por ele próprio e sua trupe, enquanto o papel do gato cabe à oposição, incluindo o jornal Folha de Corupá e, porque não, esse que vos escreve.
No mesmo dia, mas em outro lugar, Sandro Basso conversava com um amigo. Sem assuntos mais interessantes para tratar, falavam sobre mim. Segundo Sandro, eu não passo de um reles “pára-quedista”. Esse adjetivo faz alusão ao fato de eu não ser natural de Corupá.
Então, aí está montada a história: “O Gato Pára-quedista”. Se você, mãe, não aguenta mais contar as mesmas histórias para os seus filhos, aqui vai uma sugestão: “O Gato Pára-quedista”. Essa história pode servir, também, para fazer com que eles te obedeçam à força do medo. Se não quiserem tomar banho, basta amedrontá-los dizendo que, se não forem, o “Gato Pára-quedista” virá pegá-los. É zás-trás, os pequenos correm para o chuveiro. Não querem comer verdura? Olha que eu chamo o “Gato Pára-quedista”.
Na verdade, esse medo já está difundido em parte da população corupaense. Nos raros eventos sociais que acontecem, ninguém quer ficar perto de mim. Espreitam-me de longe, apontando: “olhem lá o Gato Pára-quedista”.
Se Coni e Sandro tivessem o mesmo talento em suas respectivas atividades como têm para criar histórias, um não estaria sendo investigado por um CPI e o outro não editaria um pasquim de quinta, com mais erros gramaticais do que um texto de uma criança do primário.
Celita Paterno, Chefe da Divisão de Educação, certa vez me disse que tinha a intenção de fundar uma Academia Corupaense de Letras. Eu sugiro os nomes do presidente e do vice: Coni Müller e Sandro Basso. Assim, com os dois bem ocupados nos preparativos das atividades concernentes a uma academia, como os famosos chás, a prefeitura se livra das trapalhadas de um e a cidade se livra do catálogo de erros gramaticais do outro. Todo mundo ganha.

Quando isso acontecer, aí então eu monto o meu pára-quedas e vou miar em outra freguesia. Afinal, como diz Chico Buarque: “Nós gatos já nascemos pobres, porém, já nascemos livres...”

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