sábado, 6 de dezembro de 2014

Chega de Condescendência

O grande comunicador Hélio Ribeiro, já na década de 80, em seu livro “O Poder da Mensagem”, dizia: “Inteligentes do Mundo uni-vos, que os imbecis já estão.”
Paulinho, meu querido e saudoso primo, à época um universitário de 22 anos - é imprescindível relatar esse detalhe - certa ocasião me perguntou: “Digão: se duas mulheres transarem, elas podem engravidar?” Contive o riso e, num discurso semelhante aos usados nos programas da TV Escola, respondi mansamente: “Não. É necessário o espermatozóide para que ocorra a fecundação e Blá.Blá.Blá.” Dias depois, fui ridicularizado, pelo mesmo querido e saudoso primo, por ter dito que não sabia quem era Netinho de Paula. Por mais esdrúxulo que esse episódio possa parecer, ele é uma perfeita síntese daquilo que a indústria cultural, aliada à omissão dos inteligentes, está promovendo no mundo. Em relação à indústria cultural, o máximo que eu posso fazer é não consumir produtos fabricados por ela. Já em relação à omissão, tomei uma decisão radical. Chega de condescendência! Chega de complacência!
Não dá mais para aturar que chamem de arte, por exemplo, versos cacofônicos como os da música “Chora me Liga”, de João Bosco e Vinícius: “Não vai ser tão fácil assim você me ter nas mãos”. Aliás, é por cacófatos assim “me ter nas mãos”, que queridos universitários são ifluenciados a supor que relações homosexuais possam ser fecundas. Se “me ter nas mãos” é possível, então não há de ser possível que duas aranhas gerem aranhazinhas? Claro que o fato de a música ser ruim não se deve a essa simples cacofonia. Ela é ruim por inúmeras outras razões: harmonia pobre, letra simplista etc. Mas o principal problema são as consequências geradas pela Indústria que produz coisas desse tipo. E mais. Às danosas consquências geradas pelo senso comum como um todo. Dia dessses, fui acusado de imoral por ter declarado meu ateísmo. No mesmo momento, fui informado que o meu acusador, católico e casado, realiza troca consciente de favores sexuais por interesses não sentimentais, mediante pagamento pecuniário. Nada contra quem gosta ou precisa pagar por sexo. O problema está no respaldo que o senso comum dá a contradições como essa.
Portanto, chega de condescendência.

Não dá mais para levar a sério alguém que siga uma religião onde se acredita em cobras falantes e homens que voam, por exemplo. Tampouco aceitar dialogar com quem pretende, seriamente, que se inclua, no currículo das escolas públicas, o ensino da Teoria Criacionista, agora batizada de Teoria do Design Inteligente, como alternativa à Teoria Evolucionista. Eu sou o novo John Scopes do colunismo de opinião!

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