Chega de Condescendência
O grande
comunicador Hélio Ribeiro, já na década de 80, em seu livro “O Poder da
Mensagem”, dizia: “Inteligentes do Mundo uni-vos, que os
imbecis já estão.”
Paulinho, meu querido e saudoso primo, à época um universitário de 22
anos - é imprescindível relatar esse detalhe - certa ocasião me perguntou:
“Digão: se duas mulheres transarem, elas podem engravidar?” Contive o riso e,
num discurso semelhante aos usados nos programas da TV Escola, respondi
mansamente: “Não. É necessário o espermatozóide para que ocorra a fecundação e Blá.Blá.Blá.”
Dias depois, fui ridicularizado, pelo mesmo querido e saudoso primo, por ter
dito que não sabia quem era Netinho de Paula. Por mais esdrúxulo que esse
episódio possa parecer, ele é uma perfeita síntese daquilo que a indústria
cultural, aliada à omissão dos inteligentes, está promovendo no mundo. Em
relação à indústria cultural, o máximo que eu posso fazer é não consumir
produtos fabricados por ela. Já em relação à omissão, tomei uma decisão
radical. Chega de condescendência! Chega de complacência!
Não dá mais para aturar que chamem de arte, por exemplo, versos cacofônicos
como os da música “Chora me Liga”, de João Bosco e Vinícius: “Não vai ser tão fácil assim você me ter nas mãos”. Aliás,
é por cacófatos assim “me ter nas mãos”,
que queridos universitários são ifluenciados a supor que relações homosexuais
possam ser fecundas. Se “me ter nas mãos”
é possível, então não há de ser possível que duas aranhas gerem aranhazinhas? Claro
que o fato de a música ser ruim não se deve a essa simples cacofonia. Ela é
ruim por inúmeras outras razões: harmonia pobre, letra simplista etc. Mas o
principal problema são as consequências geradas pela Indústria que produz
coisas desse tipo. E mais. Às danosas consquências geradas pelo senso comum como
um todo. Dia dessses, fui acusado de imoral por ter declarado meu ateísmo. No
mesmo momento, fui informado que o meu acusador, católico e casado, realiza troca
consciente
de favores sexuais
por interesses
não sentimentais,
mediante pagamento pecuniário. Nada contra quem gosta ou precisa pagar por
sexo. O problema está no respaldo que o senso comum dá a contradições como
essa.
Portanto, chega de condescendência.
Não dá mais para levar a sério alguém que siga uma religião onde se acredita
em cobras falantes e homens que voam, por exemplo. Tampouco aceitar dialogar
com quem pretende, seriamente, que se inclua, no currículo das escolas
públicas, o ensino da Teoria Criacionista, agora batizada de Teoria do Design
Inteligente, como alternativa à Teoria Evolucionista. Eu sou o novo John Scopes do
colunismo de opinião!
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