Moa tem razão
“Lobão tem
razão” é o nome de uma das faixas do último álbum de Caetano Veloso, intitulado
“Obra em Progresso”. Depois de pedir desculpas a Raul Seixas, ao compor e
gravar um rock “mea culpa” chamado “Rock’n Raul” para o disco “Noites do
Norte”, de 2001, agora é a vez de Lobão receber o seu pedido de perdão.
Ao primeiro,
seu conterrâneo, Caetano e seus “Doces Bárbaros” ignoraram-lhe a genialidade.
Décadas depois, Caetano tentou se redimir, compondo uma canção com palavras
lisonjeiras, tais como : “A minha ironia é bem melhor do que essa porcaria”. Da
parte de Raul, versos não tão singelos, tais como “No teatro Vila Velha, velho
conceito de moral. Bosta nova pra universitário. Gente fina e intelectual”.
Já para Lobão, depois de ser acusado por ele
de “traidor” e “lambe botas de multinacional”, Caetano, finalmente, se rendeu,
e, agora, brada em falsete: “Lobão tem razão”! E o fato é que tem mesmo. Lobão
foi quem berrou, em primeira mão, que o “Rock’ Errou”. E mais. Gritou a
Caetano: “Chega de verdades”, eu seu rap-rock chamado “Ao mano Caetano”.
Pois bem. Todo
mundo já foi, devidamente, recompensando. Todos, menos eu. Portanto, agora
chegou a minha vez. Quero que o nosso Léo Lima, ou mesmo a dupla Da Rossi e Da Ruan, componha, também, uma música com esse
título: Benedito tem razão! No que é que eu tenho razão? É o seguinte. Há
algumas colunas atrás, intitulada “A cara do Tattoo”, eu desnudei toda a
frivolidade e insignificância das bobagens que inundam a Coluna de Moa
Gonçalves, no jornal O Correio do Povo. Recebi milhares de emails me criticando
(mentira, só o do Moa). No tal email, Moa tentava me convencer da relevância de
seus textos, com argumentos assim: “A
diversidade de informações ali contida, que vai muito além do “arroz com
feijão” de inúmeras outras colunas sociais...” e mais “ ...muitas vezes, a primazia da notícia acontece na minha coluna...” ou
ainda “... pessoas ali supracitadas têm
que ter ‘punch’...” entre dezenas de outros argumentos.
Porém, ao ler
sua coluna, na edição da última quarta-feira, dia 11 (eu não perco uma coluna
do Moa), lá estava o serelepe Tattoo, me dando razão, em um texto intitulado “A
vida segue”. Mas, o título deveria ter sido “Benedito tem Razão”.
Moa diz assim: “Papo sério. Acho que é pela prática de
escrever sobre tantas bobagens (...) que observo o mundo ao meu redor como uma
fonte inesgotável ...”. E arremata o texto com um sonoro “Acorda Moa”.
É. Moa tem
razão.
Repitamos
todos, em uníssono, com todas as forças dos nossos pulmões: Acorda Moa!
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