Cadeira de praia
Entre uma cadeira na
praia e os comentários de Luiz Carlos Prates o que você escolhe? Eu fico com a
cadeira. E não é de hoje. Em colunas anteriores eu já havia proposto uma troca
similar. Eu clamava para que alguém trocasse comigo uma antena interna por uma
parabólica e, de lambuja, levassem o Jornal do Almoço e mais os comentários de
Luiz Carlos Prates juntos. O Grupo RBS se rendeu a minha
proposta. Trocou o colunista por uma cadeira. Você já viu o espaço da
página 2 do Diário Catarinense nesse
verão? Está sendo ocupada por uma coluna chamada “Cadeira de Praia.” A empresa não confirma, mas a saída de Prates ocorreu após
manifestações de protesto contra alguns comentários feitos por ele na RBS TV.
Em um deles, responsabilizou o governo Lula e os “miseráveis” pelo aumento do
número de acidentes nas estradas. Em outro, defendeu a ditadura militar,
afirmando que o regime fora mais brando do que se noticia e que o país nunca cresceu
tanto quanto nessa época, especialmente sob o comando do ex-presidente João
Figueiredo.
Na ocasião, eu me
referi ao Prates como o “Dinossauro Simplista da Extravagância”. Agora que volto a falar nele, o título é: Dinossauro Simplista
da Extravagância e da Contradição. Prates é uma espécie de Dercy
Gonçalves do colunismo de opinião.
Em sua coluna no
jornal O Correio do Povo (que preteriu a cadeira de praia em favor de Prates)
da última quarta-feira, dia 8, intitulada “Casamento e trabalho”, depois se
enrolar numa tentativa malbaratada de traçar um paralelo entre casamento e RH,
o velho Prates nos ensina três virtudes imprescindíveis para se conseguir um
bom emprego. As duas primeiras bobagens eu não me recordo. Porém, uma delas me
chamou a atenção. Prates diz que para se conseguir um bom emprego “é preciso
saber segurar a língua”.
Prates não soube segurar
a sua e, agora, ao invés de escrever para o DC, escreve para O Correio do Povo.
E volta acelerando em suas sandices e contradições.
Na mesma coluna do dia
8, ele volta a falar dos militares. “Por que não há bullying em colégios
militares? Muito simples, os colégios militares tem na disciplina o seu
alicerce incondicional, indiscutível. E mais, observam os princípios de
hierarquia e meritocracia” diz Prates.
Meritocracia? Os
colégios militares usam o livro: "História do Brasil: Império e
República", de Aldo Fernandes, Maurício Soares e Neide Annarumma. Nesses
livros, os autores chamam o golpe militar de 64 de “revolução democrática”.
Em qualquer curso de oratória,
por mais barato que seja, aprende-se a lição número um da persuasão: “Não interessa
o que é dito, mas sim o ‘como’ é dito”. Prates é Phd nesse recurso. Repete meia
dúzia de chavões, sempre com um tom indignado, e fica à espera dos aplausos
que, como tem ocorrido, invariavelmente, vem. Nem que seja às custas de
ranzinzices inflamadas maquiadas de soluções heróicas, mas que, no entanto, nos
faz corar de tão simplistas.
Vai uma cadeira de praia aí?
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