sábado, 6 de dezembro de 2014

Parabéns, Corupá!

Os Titãs, no final da década de 80, no disco “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, traziam uma canção chamada: “Lugar Nenhum”.  Nela, Arnaldo Antunes vocifera: “Não sou de São Paulo, não sou japonês. Não sou carioca, não sou português. Sou de lugar nenhum.”
Em 2007, no processo movido contra mim, pelo Coni e seus assessores, eu fui chamado de “aventureiro” pelo fato de não ter nascido em Corupá. Sandro Basso também resolveu arrumar um rótulo para mim e me concedeu o singelo título de “paraquedista”. “Lugar Nenhum”, dos Titãs, é, portanto, o melô do Benedito. Ficaria muito grato se alguém ligasse para o Remildo Antunes, na Amizade Fm, e dedicasse essa música pra mim. E mais. Se essa música serve pra mim, pelo fato de eu não ter nascido em Corupá, deve servir, também, para outros “aventureiros”, outros “paraquedistas”, tais como Otto Hilbrecht, Karl Fabri, Wilhelm Ehrardt, Eduard Krish, Maria Pieper. Sabe quem são esses? Os fundadores de Corupá. Gente que saiu do lugar de onde nasceu e se “aventurou” para construir o que hoje, tanto o Coni quanto o Sandro, chamam de “minha Corupá”. Tudo bem. Eu não tive o prazer de nascer em Corupá. Mas, tal como nos ensina Jaqueline Pscheidt, historiadora e professora do município, em sua apostila “Crescendo com a História de Corupá” (apostila, aliás, que foi usada nessa edição da Folha de Corupá para compor o caderno feito em comemoração aos 112 anos do município) que dizSegundo pesquisa feita pelo IBGE, Corupá conta, hoje, com 13.248 mil habitantes. A cidade tem uma variedade muito maior de etnias do que na época em que ainda era Hansa Humboldt. O importante, coleguinha, é você perceber que não existe cultura melhor ou pior, mas sim culturas diferentes, e todos devem ser respeitados.” Enquanto ninguém se prontifica a ligar para o Remildo e me oferecer a música dos Titãs, o melô do Benedito, eu, por aqui, ofereço essa passagem da apostila ao Sandro Basso e ao Coni. Principalmente o último parágrafo: “O importante, coleguinha, é você perceber que não existe cultura melhor ou pior, mas sim culturas diferentes, e todos devem ser respeitados.”
Hoje, eu conheço mais sobre a história de Corupá do que a história da minha própria cidade natal. Principalmente depois dessa edição da Folha. Meu filho, de seis anos, reconhece pela TV, facilmente, o Seminário e as Cachoeiras. Em fotos, o leque se estende: Prédio da Prefeitura, Praça Arthur Müller e Av. Getúlio Vargas. Pessoas? Pergunte a ele sobre o Coni, por exemplo, ou sobre o Sandro Basso. Facilmente ele lhe dirá nome, idade e profissão. João, meu filho, já não reconhece, por exemplo, o Parque do Barigui, mas já conhece o caminho para a Prainha da Oma. João, agora, é o meu pequeno “paraquedista”, é o meu pequeno “Otto Hilbrecht”. O meu pequeno “aventureiro” desbravando as maravilhas de Corupá.
Segundo os Titãs, “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”. Mas a verdade é que “Aventureiros” como eu e Otto Hilbrecht não temos vez no país dos Sandros e Conis.” Por falar em banguela, o meu “pequeno colonizador” está a poucos dias de perder os dentes. Mas isso já é outra história.

Feliz Aniversário Corupá. Parabéns Corupaenses. Ser natural de Corupá é, realmente, motivo de orgulho.

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