Parabéns, Corupá!
Os Titãs, no
final da década de 80, no disco “Jesus Não
Tem Dentes no País dos Banguelas”, traziam uma canção chamada: “Lugar
Nenhum”. Nela, Arnaldo Antunes vocifera: “Não sou de São Paulo, não sou japonês. Não sou
carioca, não sou português. Sou de lugar nenhum.”
Em 2007, no processo movido contra mim, pelo Coni e seus assessores, eu
fui chamado de “aventureiro” pelo fato de não ter nascido em Corupá. Sandro
Basso também resolveu arrumar um rótulo para mim e me concedeu o singelo título
de “paraquedista”. “Lugar Nenhum”, dos
Titãs, é, portanto, o melô do Benedito. Ficaria muito grato se alguém ligasse
para o Remildo Antunes, na Amizade Fm, e dedicasse essa música pra mim. E mais.
Se essa música serve pra mim, pelo fato de eu não ter nascido em Corupá, deve
servir, também, para outros “aventureiros”, outros “paraquedistas”, tais como Otto
Hilbrecht, Karl Fabri, Wilhelm Ehrardt, Eduard Krish, Maria Pieper. Sabe quem
são esses? Os fundadores de Corupá. Gente que saiu do lugar de onde nasceu e se
“aventurou” para construir o que hoje, tanto o Coni quanto o Sandro, chamam de
“minha Corupá”. Tudo bem. Eu não tive o prazer de nascer em Corupá. Mas, tal
como nos ensina Jaqueline Pscheidt, historiadora e professora do município, em
sua apostila “Crescendo com a História
de Corupá” (apostila, aliás, que foi usada nessa edição da Folha de Corupá
para compor o caderno feito em comemoração aos 112 anos do município) que diz “Segundo pesquisa feita pelo IBGE, Corupá conta, hoje, com 13.248
mil habitantes. A cidade tem uma variedade muito maior de etnias do que na
época em que ainda era Hansa Humboldt. O importante, coleguinha, é você
perceber que não existe cultura melhor ou pior, mas sim culturas diferentes, e
todos devem ser respeitados.” Enquanto ninguém se prontifica a ligar para o
Remildo e me oferecer a música dos Titãs, o melô do Benedito, eu, por aqui,
ofereço essa passagem da apostila ao Sandro Basso e ao Coni. Principalmente o
último parágrafo: “O importante, coleguinha, é você perceber que não existe
cultura melhor ou pior, mas sim culturas diferentes, e todos devem ser
respeitados.”
Hoje, eu conheço
mais sobre a história de Corupá do que a história da minha própria cidade natal.
Principalmente depois dessa edição da Folha. Meu filho, de seis anos, reconhece
pela TV, facilmente, o Seminário e as Cachoeiras. Em fotos, o leque se estende:
Prédio da Prefeitura, Praça Arthur Müller e Av. Getúlio Vargas. Pessoas?
Pergunte a ele sobre o Coni, por exemplo, ou sobre o Sandro Basso. Facilmente
ele lhe dirá nome, idade e profissão. João, meu filho, já não reconhece, por
exemplo, o Parque do Barigui, mas já conhece o caminho para a Prainha da Oma.
João, agora, é o meu pequeno “paraquedista”, é o meu pequeno “Otto Hilbrecht”.
O meu pequeno “aventureiro” desbravando as maravilhas de Corupá.
Segundo os
Titãs, “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”. Mas a verdade é que
“Aventureiros” como eu e Otto Hilbrecht não temos vez no país dos Sandros e
Conis.” Por falar em banguela, o meu “pequeno colonizador” está a poucos dias
de perder os dentes. Mas isso já é outra história.
Feliz
Aniversário Corupá. Parabéns Corupaenses. Ser natural de Corupá é, realmente,
motivo de orgulho.
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