Afeito a frases feitas
No ano passado, as
seguintes pessoas moveram um processo contra mim: Conrado Urbano Müller, Alice
Maçaneiro, Celita Paterno, Denise Henn, Luiz Cieply, Ademar Machado, Diana
Seidel, Lane Weidner, Oto Weber, João Gotardi, Adriano Hofmann, Juliano
Scandolara, James Hernandez, Walfrido Weber, Jota Luiz, Ana Lúcia Siqueira,
Claudete Gabriel, Maria Giraldi, Reginaldo Ropelato, Luciana Signoreli, (calma que já está acabando), Leandro
Moldenhauer, Júlio Dominoni, Aldo Sell, João Imbriani, João Sobrinho, Paulo
Ruthes, Jean Marcel, Emanuelle Blunk e, ufa,
Evelia Sell. Eles me acusavam de calúnia e difamação por eu ter denunciado, à
época, aqui na coluna, as irregularidades cometidas durante a festa dos 110
anos de Corupá. No mês passado, o Coni foi multado pelo TCE (Tribunal de Contas
do Estado). Qual o motivo? Irregularidades na festa dos 110 anos de Corupá. No
processo, os queixosos diziam que eu era “um aventureiro em busca de
sensacionalismo” e mais, em relação ao jornal Folha de Corupá, eles diziam que
não passava de um “panfletim feito no fundo de quintal”, “mantido com migalhas
oriundas de fofocas maldosas”. E mais: me chamaram de “inescrupuloso”,
“caluniador” e “difamador”, e que eu teria, como único objetivo, “esculhambar
com a atual administração” e que, portanto, “merecia ser exemplarmente punido”.
Mas, disso tudo
que foi dito, apenas uma coisa me chateou. O advogado dessa turma, Antônio
Lavarda, escreveu, no processo, que eu era “afeito a frases feitas”. Ser
chamado de inescrupuloso, tudo bem. Caluniador? Eu tiro de letra. Difamador? Sem
problemas. Mas Lavarda foi mais fundo. Mais fundo porque, diante de algo tão
subjetivo quanto uma opinião, nenhum argumento é forte o bastante. Eu sabia que
todas as outras acusações iriam ser facilmente desmentidas com o tempo. E
foram. Agora, quanto à opinião de Lavarda sobre a qualidade do meu texto, não
há parecer do TCE que dê jeito. Não há multa que me faça esquecer.
Alguns tentam me
consolar, dizendo que todas as denúncias e críticas que eu fiz à administração
passada estão sendo agora reveladas. Chegaram ao cúmulo de me perguntar se eu
estava feliz com o fato de a Diana Seidel, ex-secretária de educação, ser agora
apontada como a responsável pelo prejuízo de R$ 950 mil à educação de Corupá
nesse ano de 2009, por sua secretaria não ter repassado ao MEC o número correto
de alunos matriculados. Insistem, tentando me animar, dizendo: “Ela te chamou
de incompetente. Aí está a prova de quem é a verdadeira incompetente.” Mas nada
disso me faz esquecer das cruéis palavras de Antônio Lavarda: “afeito a frases
feitas.”
De todas as
pessoas envolvidas nesse processo contra mim, o único que foi, como Lavarda
havia sentenciado, “exemplarmente punido”, fui eu.
Veja bem: Coni
apenas perdeu a eleição e foi multado. Os ocupantes de cargos comissionados
apenas perderam o emprego. Daqueles que já eram efetivos à época e continuam
trabalhando na prefeitura, o único castigo é ter que fingir que votaram no
Tamanini. Quanto a mim, só resta aceitar o vexatório título dado por Lavarda: o
escritor “afeito a frases feitas”.
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