sábado, 6 de dezembro de 2014

Afeito a frases feitas

No ano passado, as seguintes pessoas moveram um processo contra mim: Conrado Urbano Müller, Alice Maçaneiro, Celita Paterno, Denise Henn, Luiz Cieply, Ademar Machado, Diana Seidel, Lane Weidner, Oto Weber, João Gotardi, Adriano Hofmann, Juliano Scandolara, James Hernandez, Walfrido Weber, Jota Luiz, Ana Lúcia Siqueira, Claudete Gabriel, Maria Giraldi, Reginaldo Ropelato, Luciana Signoreli, (calma que já está acabando), Leandro Moldenhauer, Júlio Dominoni, Aldo Sell, João Imbriani, João Sobrinho, Paulo Ruthes, Jean Marcel, Emanuelle Blunk e, ufa, Evelia Sell. Eles me acusavam de calúnia e difamação por eu ter denunciado, à época, aqui na coluna, as irregularidades cometidas durante a festa dos 110 anos de Corupá. No mês passado, o Coni foi multado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Qual o motivo? Irregularidades na festa dos 110 anos de Corupá. No processo, os queixosos diziam que eu era “um aventureiro em busca de sensacionalismo” e mais, em relação ao jornal Folha de Corupá, eles diziam que não passava de um “panfletim feito no fundo de quintal”, “mantido com migalhas oriundas de fofocas maldosas”. E mais: me chamaram de “inescrupuloso”, “caluniador” e “difamador”, e que eu teria, como único objetivo, “esculhambar com a atual administração” e que, portanto, “merecia ser exemplarmente punido”.
Mas, disso tudo que foi dito, apenas uma coisa me chateou. O advogado dessa turma, Antônio Lavarda, escreveu, no processo, que eu era “afeito a frases feitas”. Ser chamado de inescrupuloso, tudo bem. Caluniador? Eu tiro de letra. Difamador? Sem problemas. Mas Lavarda foi mais fundo. Mais fundo porque, diante de algo tão subjetivo quanto uma opinião, nenhum argumento é forte o bastante. Eu sabia que todas as outras acusações iriam ser facilmente desmentidas com o tempo. E foram. Agora, quanto à opinião de Lavarda sobre a qualidade do meu texto, não há parecer do TCE que dê jeito. Não há multa que me faça esquecer.
Alguns tentam me consolar, dizendo que todas as denúncias e críticas que eu fiz à administração passada estão sendo agora reveladas. Chegaram ao cúmulo de me perguntar se eu estava feliz com o fato de a Diana Seidel, ex-secretária de educação, ser agora apontada como a responsável pelo prejuízo de R$ 950 mil à educação de Corupá nesse ano de 2009, por sua secretaria não ter repassado ao MEC o número correto de alunos matriculados. Insistem, tentando me animar, dizendo: “Ela te chamou de incompetente. Aí está a prova de quem é a verdadeira incompetente.” Mas nada disso me faz esquecer das cruéis palavras de Antônio Lavarda: “afeito a frases feitas.”
De todas as pessoas envolvidas nesse processo contra mim, o único que foi, como Lavarda havia sentenciado, “exemplarmente punido”, fui eu.

Veja bem: Coni apenas perdeu a eleição e foi multado. Os ocupantes de cargos comissionados apenas perderam o emprego. Daqueles que já eram efetivos à época e continuam trabalhando na prefeitura, o único castigo é ter que fingir que votaram no Tamanini. Quanto a mim, só resta aceitar o vexatório título dado por Lavarda: o escritor “afeito a frases feitas”.

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