A maior invenção de todos os tempos
Há uns 8 anos, me perguntaram
qual era a maior invenção de todos os tempos. Roda? Fogo? Motor à combustão?
Eletricidade? Nada. Sem pestanejar, disse que era o chuveiro elétrico. Você já
imaginou a vida sem chuveiro elétrico? Não existe felicidade sem chuveiro
elétrico. Acho essa invenção tão importante que, para mim, dividiríamos a
história em ACE (antes do Chuveiro Elétrico) e DCE (Depois do Chuveiro
Elétrico), ao invés de AC (antes de Cristo) e DC (depois de Cristo). O chuveiro
elétrico, além da trivial função da higiene, funciona como um oásis para o
fatigado. “Tome um banho que melhora”. É um portal para a autoestima. “Vou
tomar um banho e já volto”. É um divisor de águas para toda e qualquer
ativididade. “Só espera eu tomar um banho e nós já vamos”. Viva o chuveiro
elétrico.
Já hoje, se me fizessem a mesmo pergunta,
diria, novamente sem pestanejar – porque pestanejar me parece coisa de quem tem
cocoetes - que é a internet. Mas o chuveiro continua ali, em segundíssimo
lugar. A internet, assim como a grande maioria das invenções, incluindo o
chuveiro elétrico, ganha uma influência bem mais abrangente do que as
suposições iniciais de seus criadores. Fiquemos com um exemplo recente, ligado
à música. Uma banda curitibana chamada “A banda mais bonita da cidade” existe
há 6 anos. Entretanto, devido à internet, a história da banda se transformou
radicalmente. A banda postou um vídeo no site youtube, gravado na cidade de Rio
Negro, na casa da avó de um dos integrantes, com a música “Oração”. Pronto. Em
apenas seis dias, o vídeo teve mais de 2 milhões de visualizações. O bastante
para que o telefone dos integrantes não parasse de tocar, e chovesse propostas
para shows e, até mesmo, convite de uma gravadora para o lançamento de um
disco.
Na internet, até o que parece, a
princípio, ir contra, acaba ajudando. Choveram paródias do tal clipe. Eu já vi
uns 12. Incluindo um produzido pelo comediante Rafinha Bastos, do CQC da rede
Bandeirantes, chamado “A banda mais bonita da internet” e “A banda mais
repetitiva da cidade” produzido pelo site “Vida Ordinária”.
Nas décadas de 70 e 80, a busca
era pela velocidade física. Os carros chegaram a atingir 200 km/h. O veículo
popularizou-se (“qualquer miserável tem um carro hoje em dia” como diz Luiz
Carlos Prates) e, hoje, nos centros das grandes cidades, a velocidade média
gira em torno dos 40 km/h. O que fazer? Se não podemos acelerar nossos carros,
aceleremos o motivo de nossa pressa, isto é, a informação que levávamos.
Todavia, os fenômenos da internet
costumam apresentar a mesma velocidade quando ascendem e quando descendem. Mas
aí, já é outra história.
Por falar nisso, e pra você, qual
a maior invenção de todos os tempos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário