sábado, 6 de dezembro de 2014
Todos os
dias eu leio, pela internet, o jornal O Correio do Povo. E ainda mantenho a
esperança, ainda que arrefecida por tamanha espera, de ver meu nome citado na
coluna do Moa Gonçalves. Mas não em qualquer lugar. Quero aparecer na seção:
Leitor Fiel. Nessa seção, a história é sempre a mesma. Ele cita um nome e
completa com “ele é outro leitor fiel, que acompanha a coluna todos os dias,
para ficar antenado no que acontece de melhor em nossa região.” O melhor, para o
Moa, gastronomicamente falando, é “morcilia e torresmo” no bar de um tal de Sérgio”.
Moa é uma espécie de Midas. Tudo
o que ele toca sofre uma radical transformação. Na coluna da edição da última
quinta-feira, Moa conseguiu fazer de Arthur Schopenhauer (filósofo alemão do século XIX, da corrente irracionalista, que ficou conhecido
por seu pessimismo) uma espécie de Wando da metafísica. Dentre inúmeras frases
desse autor, tais como: “Quanto mais elevado é o espírito mais ele sofre”, ou
“Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus
direitos”, ou ainda “Sai de tua infância, amigo, acorda!”, qual vocês acham que
o Senhor dos Superlativos escolheu? Ei-la: “A mulher é um efeito deslumbrante
da natureza”.
Embora o tom fraternal do Moa nos
dê impressões de textos amistosos e neutros, eu acho que deva gerar
animosidades entre os integrantes do Jet Set jaraguaense. Para Moa, todos os
aniversariantes são, superlativamente, os mais festejados. Isso acaba por gerar
uma competição entre os homenageados. Isso sem falar no complacentíssimo e
flexíbelíssimo critério de beleza usado por ele. Todas as fotos, sem exeção,
vem acompanhadas de legendas tais como “a belíssima jovem”. No “Fabuloso Mundo
de Moa Gonçalves” todos são, “amaurijuniormente” belas. A coluna do Moa no jornal
O Correio do Povo é uma espécie de Ilha da Fantasia, onde tudo mundo é “gente
boa”, “o mais querido” e “o mais festejado”. Nessa insólita metáfora, Moa
seria, previsivelmete,o Senhor Roarke, mas, reparem bem, ele não é a cara do
Tatto?
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