Edição nº 3 (24 de março de 2012)
Personagens do bairro
João Bello: o Semeador de Sonhos
Esposo, pai, visionário, músico, mágico, violeiro, escritor, encantador, contador de estórias e muito mais
João Bello nasceu no bairro Portão, mas vive há 36 anos aqui no Bacacheri. João, hoje com 57 anos, é um jovem poeta, esposo, pai, visionário, músico, mágico, violeiro, escritor, encantador e contador de estórias, dentre outras coisas.
João já foi bancário, despachante, dono de jornal e muitas outras coisas. Porém, depois de um sonho que teve, em janeiro de 1999, resolveu viver de música e poesia. Nesses 13 anos, percorreu mais de 450 mil kilômetros levando arte a mais de um milhão de pessoas. "Eu estava em Itapoá quando tive o sonho. Depois disso, senti que deveria levar a ideia da arte, da paz e do respeito por todo o mundo. Escrevi um livro, chamado "O Semeador de Sonhos", que depois virou um projeto, que engloba música, poesia, malabares, tecido acrobático etc. Hoje, vivo da música e da poesia" diz João.
Com seu macacão vermelho, cabelos longos, rosto com traços da experiência e mais de 130 chapéus, que fazem parte de suas apresentações, como ideais que surgem na cabeça. Por onde passa, João traz e leva a alegria, deixa sua mensagem. Caminha para a transformação social e ambiental.
Filho de costureira, mãe separada na década de 1960.
- Você já viu! Realmente, os anos 60 foi um marco de mudanças de comportamento no aspecto social e familiar. E os fatores como o surgimento de uma “nova mulher” e sua emancipação, da desmistificação do amor romântico, da aceitação social e legal do divórcio e outros, resultou no aparecimento de novas organizações familiares que vieram substituir o antigo modelo de família patriarcal. Eu era muito moleque andava só de calção sem camisa, mesmo com o frio curitibano. Travesso na escola, as professoras tinham que me amarrar na carteira, na época era possível. Pipa, futebol, jogo de tique, troca de figurinha, mil brincadeiras inventadas. Apaixonado pelos circos, que ao chegar ao bairro provocavam preocupações em minha mãe, pois queria ir junto, viajar o mundo" diz João.
O trabalho de João é visto como utopia para alguns, mas João não só desperta olhares, como nos faz refletir para uma sociedade mais digna e próspera. Agora, João começa uma nova jornada, fundada nos seu vasto conhecimento, escreve um livro sobre as lutas sociais da década de 90 – ECO 92, Fórum pela Reforma Agrária e Urbana, Rio + 5 – Fórum Social Mundial, Luta pela Democracia na Comunicação.
Empreendedor foi fundador do primeiro jornal de bairro de Curitiba, o Jornal do Bacacheri; Rádio Pirata Burro Brabo, TV Comunitária de Curitiba e Movimento Ambientalista etc.
Durante esta próxima semana, João estará na cidade de Francisco Beltrão, com sua parceira de trabalho, Susi Monte Serrat. "Ficarei durante toda a semana ministrando oficinas a mais de 300 professores em Francisco Beltrão, levando minha arte e minha poesia" disse João.
Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de João Bello, basta entrar em seu blog <osemeadordesonhos.blogspot.com> para saber da agenda e dos trabalhos dele, e também como adquirir seus Cds e DVDs.
A nossa conversa com João acabou com ele dizendo, de forma singela e contagiante:
- Paz e luz!
Esporte
Mais de 2 mil pessoas acompanharam o Campeonato
de Skate no CEL Avelino Vieira no último sábado (17)
No último dia 17, o CEL (Centro de Esporte e Lazer) Avelino Vieira, sediou o 3º Moment Skate Festival e o 2º Game of Skate e reuniu mais de 2 mil pessoas durante todo o dia do evento.
A pista de skate que está instalada no CEL, conhecida pelos praticantes do esporte como pista do Eni Caldeira, ficou repleta de skatistas. Além dos 387 inscritos para a competição, outra centena deles aproveitou o evento para praticar o esporte. Outro destaque foi o público que compareceu para assistir o espetáculo. Mais de duas mil pessoas disputando espaço para ver as manobras radicais de skatistas de toda a cidade.
Segundo Rosi Ravedutti, Coordenadora do CEL e também membro da Associação dos Skatistas da Região Norte de Curitiba, o evento superou as expectativas. “No mesmo dia do nosso campeonato, estavam acontecendo outros dois eventos de skate. Um em São José dos Pinhais e outro em Campo Mourão. Mas, mesmo assim, o nosso evento foi um sucesso, com quase 400 atletas inscritos” disse Rosi.
Esporte
Aluno do Leôncio Correia é destaque em competições de Jiu Jitsu
O aluno João Pedro Steffer (foto ao lado) do 1º ano integrado em administração, do Colégio Leôncio Correia, vem obtendo excelentes resultados em etapas do circuito paranaense de Jiu Jitsu.
João é atleta da academia Gracie Barra Curitiba, e vem sendo treinado pelo Mestre Rodrigo Fojardo “Pimpolho” e pelo preparador físico Guilherme Paiva. Com apenas 15 anos, João já conseguiu as seguintes conquistas.
Ano de 2011
- João foi o 3º colocado na I Etapa LPJJ, faixa branca
- 1º lugar na II Etapa FPJJ 2011 (faixa branca)
- 1º lugar na III Etapa LPJJ 2011 (faixa amarela)
- 2º lugar na III Etapa Circuito Open – Joinvile SC (faixa amarela).
- 1º lugar na V Copa Plastilit de Jiu Jitsu (faixa azul).
Ano de 2012
- 1º I Etapa do aberto paranaense de Jiu Jitsu (faixa azul).
- 2º I Etapa do aberto paranaense de Jiu Jitsu categoria adulto absoluto (faixa azul).
Saúde
Colégio Leôncio Correia na prevenção contra a HepatiteB

A campanha teve início no ano passado, ondeos alunos receberam as dua primeiras doses. O vice-diretor do colégio, Marlus V. Klinguelfus Borges, diz fala sobre a parceria com a unidade de saúde e seus frutos. "Há anos nosso colégio trabalha em parceria com a Unidade de Saúde do bairro. Esta parceria é fundamental para a orientação e conscientização de nossos alunos" diz Marlus.
Na foto ao lado, um aluno da escola no momento em que recebia a vacina.
Infraestrutura
Trincheira na rua Gustavo Rattman será inaugurada hoje (24)
A trincheira da rua Gustavo Rattmann com a Linha Verde (Bairro Alto/Bacacheri) recebeu, nos últimos dias, os acabamentos antes da entrega da obra que acontece hoje, a partir das 11h.
Os operários, nessa última semana, executaram a instalação de pastilhas de cerâmica nas paredes laterais da trincheira. “Esta é uma obra importante para a cidade toda, pois vai melhorar a mobilidade urbana, valorizar os imóveis da região e dar mais segurança a motoristas e pedestres”, disse o prefeito Luciano Ducci.
A obra irá beneficiar cerca de 200 mil pessoas, e vai melhorar a mobilidade entre os bairros Alto e Bacacheri.
Os pequenos azulejos (ou pastilhas cerâmicas) em tonalidades de azul e branco nas paredes da trincheira realça a paisagem urbana. “Esse tipo de revestimento tem uma durabilidade muito grande, e pelo custo-benefício, optamos por usar pastilhas cerâmicas trincheira”, destaca a assessora de Projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Célia Bim.
Além do revestimento, as equipes também concluíram, na última semana, o trabalho de pavimentação debaixo da trincheira.
Esporte
Tênis de Campo está sendo ofertado no CEL Bacacheri

O CEL (Centro de Esporte e Lazer) Bacacheri através do PASE (Programa de Atendimento Sócio Esportivo) está oferecendo curso de tênis de campo.
A primeira turma já começou o treinamento no último dia 19 e já conta com 6 participantes. As aulas são ministradas as segundas e sextas-feiras, das 15h15 às 17h15. “Temos o objetivo de ampliar as turmas e separar os participantes por idade. Hoje, treinamos na quadra poliesportiva, mas pretendemos instalar uma quadra de saibro onde hoje funciona uma cancha de areia. Mas, antes disso, iremos conversar bastante com os moradores do bairro e com aqueles que utilizam o centro para saber a opinião deles” disse Adriano Pimentel, Coordenador do centro (foto ao lado esquerdo).
A iniciativa de oferecer tênis de campo às crianças é inédita nos centros de lazer da regional Boa Vista. Hoje, somente os centros da matriz e do Portão ofertam a modalidade. “Existe o projeto de oferecer tênis em, ao menos, um centro de cada regional” disse Adriano.
A procura por vagas tem que ser feita no próprio centro sempre no primeiro dia útil de cada mês.
Lazer
Parque Bacacheri recebe diversas atrações hoje (24)

Como parte da programação das festividades em comemoração aos 319 anos de Curitiba, a prefeitura organizou diversas atrações culturais em todas as regionais da cidade. Portanto, hoje (24), no Parque Bacacheri, entre as 10h e 18h, haverá dezenas de apresentações em um palco montado no parque.
Às 10h, que abre o evento é a Fanfarra Mirim do CEI Bela Vista do Paraíso. Às 10h30, acontece um show de mágica com o mágico Johny, acompanhada da bailarina Rosy. Às 11h, a atração é o teatro de bonecos, com a peça “O Sacia e a Pipa”. Logo após, às 12h, que anima o público com o sertanejo universitário é a dupla Marco Aurélio e Ricardo, com duas horas de show. Às 14h é a vez da banda Terceiro Estado, seguida da Banda Muse'os e, fechando o dia de espetáculos, show com a Fernanda Liz e banda.
Durante toda a semana, diversas atrações por toda a cidade.
As festividades continuam nos dias 30 e 31, com o Empório de Aniversário na Praça Espanha. Às 20h de sexta-feira, a Orquestra à Base de Corda toca com André Abujamra.
No sábado, das 13h às 20h, estão programados os shows de Daniel Migliavacca (chorinho), Milk'n Blues, Quarteto de Jazz Cigano, Saul e Amigos, encerrando com às 20h30, com o Baile de Gafieira da Orquestra À Base de Sopro e Roseane Santos.
A festa continua na madrugada, mas transfere-se para as Ruínas de São Francisco.
Das 21h30 às 4h tem show com os curitibanos Gaiteiros do Lume, Crocodila, DJ Apple, Giovani Caruso e o Escambau, DJ Sandra Carraro, Blindagem, DJ Alejandro Barguero, Colaterall, DJ Chris Kelly, Confraria da Costa, DJ Alejandro Bargueno, Locomotiva Duben e Cassim.
Fazem parte ainda das comemorações oficiais do aniversário da cidade a exposição comemorativa dos 40 anos do Teatro do Paiol, o espetáculo Cine Re-sonar, a abertura da temporada 2012 da Camerata Antiqua de Curitiba, a inauguração de um monumento em homenagem à atriz Lala Schneider e os shows do programa Música nos Parques.

Eu gosto de Curitiba
Modéstia à parte, sou nascido em Londrina. Mas, claro que, depois de 18 anos morando aqui, me sinto um curitibano nato. Adquiri quase todas as características de um autóctone. Quer ver? Eu já chamo salsicha de vina; chamo o Fusca de fuque; chamo o semáforo de sinaleiro; digo bolacha em vez de biscoito; digo piá ao invés de menino; digo guria em vez de menina; digo bexiga ao invés de balão; digo setra em vez de estilingue; admiro, diariamente, a linda cor cinza do céu curitibano; enfrento sol, chuva, frio, calor, tudo no mesmo dia e ainda acho legal; demoro muito para arrancar o carro quando o sinal fica verde e separo o lixo reciclável.
Carlos Careqa, em sua canção “Eu gosto de Curitiba” diz: “... eu quero ir fundo, ao centro do mundo, esse é o lugar...”. Concordo com Careqa. Acredito que uma mescla, e rara, de fatores, faz de Curitiba um lugar especial.
Assim que vim de Londrina, isso no ano de 1994, vim morar no Bacacheri, na rua Valparaíso (paralela à rua México). Tinha eu 16 anos à época. Tudo me era lindo e estranho. O clima, as pessoas, o sotaque, as referências, enfim, outro mundo. Nesses 18 anos de Curitiba, alguns hiatos. Dois anos em São Paulo e cinco anos em Corupá, Santa Catarina. Vista de fora, com olhos de quem parte, e também de quem retorna, Curitiba é ainda mais interessante.
Mesmo tanto tempo vivendo fora, sempre me sentia em casa ao passar pela avenida Erasto Gaertner, ou tomando um chopp e comendo um petisco no Edmundo ou mesmo passeando pelo Parque Bacacheri.
O poeta curitibano, Adriano Smaniotto, em seu livro “Vinte Vozes de uma mesma Veia”, livro lançado em 98, traz a seguinte homenagem: “Nossa Senhora da Luz dos Pinhais/rogai para que regionais sejamos/cada vez menos nas obras municipais/cada vez mais nos nossos ideais e sonhos/de não sermos Nova Iorque nos cabelos/Liliputi no governo/São Paulo na metrópole/ Não venho maldizer outros lugares/curitibano de nome pequeno/clamo a nossa base de pinheiros/Nossa Senhora ouvi meus ais/ou vai de uma vez embora/que aqui as influências/ainda que boas/são demais”.
Homenagem que é homenagem é assim mesmo. Como disse Santo Agostinho “A pomba, ao brigar, ama; o lobo, ao adular, odeia”.
Feita essa introdução, aqui vai a minha homenagem à cidade, inspirada poesia de Smaniotto: “Ô povo tacanho/Ô insossa província/Curitiba é um Narciso feio/sem glórias e sem espelho/é São Paulo na metrópole/Nova Iorque nos cabelos/é Liliputi no governo/Senhora, é luz em vão sobre os boçais/ tropical-europa sempre resfriada/é um imenso orgulho de nada/um dia ela se afoga no lago do Barigui/eu vou desce pelado, ao fim do carnaval/pelo Largo da Ordem até a Catedral/eu quero ver estatelado/num paralelepípedo frio/essa arrogância caipira e seu discurso imbecil”.
Tem também a Curitiba de Paulo Leminski, Dalton Trevisan, Helena Kolody, enfim, a Curitiba de cada um e a Curitiba de todos nós.
Como diria Carlos Careqa: "Eu gosto de Cu... ritiba!"
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